Piracicaba: (19) 3403-6600
Campinas: (19) 3397-1319
Rio Claro: (19) 3597-7200
Sumaré: (19) 3396-4950

INSS desrespeita servidores, descumpre acordo e impõe jornada

Os servidores públicos federais que durante toda pandemia se desdobraram para levar o melhor atendimento possível, de forma remota, aos beneficiários e segurados do INSS, foram obrigados a retomar 100% ao trabalho integral, sem maiores avaliações sobre os riscos à saúde pública tanto dos servidores quanto da população.

Compartilhe esse texto

Compartilhar no facebook
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no twitter
Compartilhar no email

Portaria do governo federal passa por cima de toda e qualquer possibilidade de sensatez quando, ainda diante de uma pandemia que sempre foi renegada por ele e que não acabou, não considera que a maior parte do público é de idosos ou se faz acompanhar por eles quando sozinhos não conseguem acessar os serviços.

Sem abrir negociação com os servidores a direção do INSS, de forma unilateral, decretou o retorno às 40 horas semanais, pondo fim à jornada de 30 horas, realizada em turno ininterrupto e amparada pelos decretos nº 1.590, de 1995, e nº 4.863, de 2003.

Além do desrespeito aos servidores, a insistência em manter a abertura das agências desconsidera também muitos alertas e denúncias dos próprios de servidores que, por todo país, apontam irregularidades como presença de profissionais contaminados sendo obrigados a trabalhar. Esta resistência poderá ainda levar à sociedade a possibilidade de ver acontecer uma greve sanitária, garantindo a vida e saúde dos trabalhadores.

O descaso do governo com os servidores do INSS reforça todas as ações contra a categoria dos servidores públicos em geral. “Vender” uma imagem de que servidor não cumpre seu papel, não trabalha direito, não é produtivo é uma prática comum que, além de tantas outras consequências, prova o desestímulo de todos. Se formos para o mundo corporativo, compreenderemos facilmente que este é o melhor caminho para se acabar com uma empresa, desmotivar os funcionários. E, ainda nesta linha comparativa, se assim são tratados os funcionários, os clientes então, sequer são considerados.

O fato é que os servidores do INSS vêm sofrendo já há tempos com o sucateamento do instituto, a falta de concursos públicos, o acúmulo de funções e tarefas, o estresse ocupacional e, as doenças do trabalho ocasionadas por toda pressão social diante de uma estrutura incapaz de atender a demanda e agora, tendo suas vidas postas em riscos pela arrogante teimosia da gestão federal.

A grande maioria dos setores tem retomado gradativamente o trabalho, considerando grupos de risco, idosos, comorbidades. No caso do INSS, isso não acontecerá e, pior, não há sinais de que serão reforçadas as equipes no sentido de controlar acessos e cumprimento de medidas sanitárias de proteção. Por isso, é muito importante que toda sociedade compreenda este momento e apoie os servidores do INSS e de outros órgãos que, com a demanda reprimida na pandemia, poderão ter uma explosão de presença.

Prefira os atendimentos digitais, conte com a rede de assessores previdenciárias sérias e capazes de auxiliar os cidadãos que precisam do atendimento. Seja humano, tenha compreensão e não perca a racionalidade diante das dificuldades que poderão surgir do atendimento presencial

Aos servidores do INSS, toda nossa solidariedade pela absurda forma de tratamento que vêm recebendo, com decisões autoritárias, sem diálogo e respeito a trajetória de lutas que resultaram no modelo de trabalho atual.

Matheus Erler

Assessor Previdenciário

aproveite para ler outros artigos

Reforma da Previdência: reforma para quem?

Exatamente ontem, dia 13, complementa-se dois anos da vigência de todas as mudanças previstas pela Reforma Previdência Social e que protagonizou um dos maiores embates entre governo e as entidades representativas dos trabalhadores, que anunciavam ser um dos maiores ataques aos direitos dos contribuintes da previdência social.